Tens de estudar o que gostas e queres

Xènia Tena é uma apaixonada pelas ciências desde criança, por isso escolheu a área científico-tecnológica e hoje estuda engenharia química.

Como membros da Aliança STEAM pelo talento feminino, iniciativa do Ministério da Educação e Formação Profissional que fomenta a presença das mulheres no âmbito científico-tecnológico, na Festo queremos destacar o potencial das mulheres da ciência e de que forma se desenvolvem num setor tradicionalmente masculino. Por isso, impulsionamos a campanha “Meninas na ciência”, com a qual recolhemos testemunhos de alunas e profissionais que podem ser inspiradores para outras mulheres. A mais jovem do grupo é Xènia Tena, que aos 18 anos estuda engenharia química no Instituto Químico de Sarrià em Barcelona.

Xènia começou a definir a sua trajetória profissional futura no 10.º ano quando teve de escolher entre ciências e letras. Ela explica que teve sempre uma inclinação para as ciências, de modo que, após a etapa do ensino obrigatório, sem querer saber de estereótipos, escolheu o que realmente gostava: a área científico-tecnológica, ligada à engenharia.

Nas ciências, o que a atrai são essencialmente duas coisas:

1) Que tudo no mundo está relacionado a elas, desde a comida, os animais e o resto dos elementos da natureza, até aos componentes enquadrados na tecnologia, como a mecânica, e eletrónica ou a informática.

2) Xènia considera-se uma pessoa muito curiosa e com um grande desejo de conhecimento, que gosta de estar constantemente a investigar e descobrir coisas novas. “A ciência permite ir sempre mais além, não é possível ficar estagnada na vontade de avançar”, afirma.

A importância de ter referências próximas

Mesmo reconhecendo o papel de mulheres pioneiras na investigação científica, como Marie Curie, a referência para Xènia é muito mais próxima: a sua professora de química do 10.º ano, graças a quem tomou a decisão de estudar engenharia química. “Contagiou-me com a sua paixão pela química, deu-me conselhos valiosos, guiou-me, orientou-me e ajudou-me a perceber o que queria estudar e ao que me queria dedicar no futuro.”

Relativamente ao papel das mulheres na ciência, Xènia considera que "na escola houve uma grande evolução, mas ainda há muito para evoluir". Explica que na engenharia química “não se nota tanto a diferença entre homens e mulheres, mas nos cursos mais mecânicos e tecnológicos, como a engenharia industrial, existem pouquíssimas mulheres. Na verdade, na secundária, na disciplina de tecnologia industrial, éramos apenas três raparigas em mais de trinta alunos”.

Promover os cursos científicos entre as mulheres

Na opinião de Xènia, é necessário promover os cursos científicos entre as mulheres, porque "um curso não é um sexo, não deves fazê-lo de acordo com o teu sexo. Só tens de estudar o que gostas e queres, independentemente dos estereótipos enraizados na sociedade".

Um primeiro passo para avançar na feminização das ciências seria dar maior protagonismo às mulheres da ciência na história que se conta no âmbito escolar. "Das minhas aulas, só me lembro de terem mencionado a Marie Curie, mas nomes de homens poderia dizer vários, e não deveria ser assim, porque existem muitas mulheres que contribuíram para o avanço da ciência".

“A ciência tem muitas saídas profissionais”

Ao olhar para trás, caso se encontrasse com o seu “eu” de 12 anos, Xènia dir-lhe-ia “que não mudasse, que continuasse a fazer o que está a fazer, porque adoro o curso que escolhi". A jovem afirma que “não me enganei”, já que "a ciência tem muitas saídas profissionais, e no caso da engenharia química, abrem-se portas em setores tão diversos como o têxtil, o alimentar, o cosmético ou o farmacêutico".

Para finalizar, assinala que “ainda não sei onde trabalharei nem onde me vejo em dez anos, mas consigo visualizar-me a continuar este curso e a aprender muito mais coisas sobre ele.”

Podes ver o vídeo da entrevista no nosso canal do YouTube. Além disso, Xènia Tena foi uma das participantes na mesa-redonda que, pelo Dia Internacional da Mulher e da Menina na Ciência, a 11 de fevereiro, a Festo organizou para conhecer e ouvir sete talentos femininos de diferentes perfis, idades e origens que partilham a paixão por disciplinas científicas.

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