Se a pandemia do Coronavírus nos ensinou algo foi a grande necessidade que os laboratórios têm de conseguir um alto fluxo de amostras. Cumprir este requisito já não é possível, mesmo contando com pessoal de laboratório altamente qualificado. Os processos laboratoriais já não podiam prescindir da automação. Por esse motivo, a empresa holandesa MolGen desenvolveu PurePrep TTR, uma solução capaz de preparar 320 amostras de pacientes por hora para o processamento molecular. E dentro desta solução encontra-se a tecnologia de automação específica para laboratórios da Festo.
Rápido crescimento
Durante a pandemia do Coronavírus foram criados inúmeros laboratórios, uma vez que era imprescindível conseguir um alto fluxo de amostras. "Foi aqui que a MolGen entrou em jogo. E em muito pouco tempo, em 2 ou 3 anos, passamos de cinco funcionários para mais de 130", explica Niels Kruize, CEO da MolGen e um dos três fundadores da empresa, referindo-se às suas filiais nos Países Baixos, Reino Unido e Estados Unidos.
"Quando fundámos a MolGen, a nossa principal atividade consistia em realizar um grande número de amostras em laboratórios de engenheira genética animal e vegetal. Tínhamos muitos conhecimentos sobre os produtos químicos necessários para isso", explica Kruize.
Entre os seus avanços mais recentes destaca-se a unidade de manuseamento PurePrep TTR. Esta unidade manuseia líquidos de forma automatizada com um alto desempenho, movendo-os de tubos de ensaio para placas de microtitulação Deep Well de maneira rápida, precisa e segura. "O sistema automatizado PurePrep TTR têm um rendimento de 320 amostras por hora", afirma Kruize. Este enorme rendimento não pode ser alcançado com assistentes de laboratório, apesar destes terem uma boa formação ou muita experiência profissional", acrescenta.
Pessoal de laboratório para tarefas mais exigentes
Porque, apesar das suas competências manuais, poderiam ocorrer erros que provocassem contaminações. Os passos individuais de tirar uma amostra, abrir a tampa, tirar a tampa, extrair o líquido com uma pipeta e transferi-lo para uma placa são demorados e incómodos. Tanto os tubos de ensaio como as placas têm códigos de barras que são lidos por scanners para monitorizar e seguir as amostras ao longo do processo de trabalho. "Ao automatizar estes passos do processo, o pessoal de laboratório altamente qualificado pode ser muito melhor empregue na realização de tarefas mais exigentes, como a análise dos resultados dos testes."
Colaboração de plena confiança
"Já trabalho com a Festo há dez anos, especialmente com a sociedade nacional Festo nos Países Baixos", comenta o membro da direção da MolGen. Para ele, a colaboração é incrível, já que os colaboradores da Festo estão sempre dispostos a fazer mais do que vender produtos padrão. "A sua unidade de inovação atende os nossos desejos e permite-nos trabalhar com módulos em projetos-piloto. Foi o caso do controlador CPX-E e, agora, da 'Magic Box', como nós chamamos o gerador de pressão e vácuo descentralizado PGVA", comenta Kruize e acrescenta: "Fomos dos primeiros, ou talvez até mesmo os primeiros, a utilizá-lo."
Alimentação de pressão e vácuo descentralizada
"Este componente está um pouco escondido dentro do corpo da máquina", explica Bert Baas, engenheiro de vendas holandês da área da automação laboratorial na Festo. O PGVA integra compressor, tratamento do ar com sistema de filtração, depósito e regulação eletrónica da pressão e do vácuo num espaço mínimo. "Para fazer frente à grande demanda durante a pandemia do Coronavírus, cedemos à MolGen o gerador de pressão e de vácuo já durante a fase de aprovação técnica do produto", explica Baas.
"No PGVA, é possível ver-se a paixão pela automação que as diferentes equipas da Festo experimentam todos os dias, e que leva à criação de soluções conjuntas bem-sucedidas. Isto gera confiança nas capacidades do outro para construir protótipos e sistemas de maneira muito mais rápida e flexível", acrescenta o membro da direção da MolGen em modo de conclusão.
Pipetagem controlada pela pressão
No processo de pipetagem é utilizada a cabeça de pipetagem DHOE. Este componente pode transportar com uma alta precisão volumes de pipetagem muito baixos de até 5 µl. Com um sistema de pipetas aberto utilizando a cabeça de pipetagem DHOE para o transporte simples de líquidos podem ser configuradas as funções de pipetagem mais importantes segundo as necessidades e ampliá-las flexivelmente. O sistema também é compatível com pontas de pipeta grandes. Graças à sua elevada resistência química, a cabeça de pipetagem está preparada para uma ampla variedade de líquidos com diferentes viscosidades.
"O princípio de controlo da pressão permite ajustar o processo de pipetagem de forma muito precisa. Isto não é possível com um sistema baseado em seringas. Os conhecimentos residem claramente na deteção do nível de enchimento", comenta com satisfação o especialista em automação laboratorial Kruize.
Manuseamento de amostras com deteção precisa do nível de enchimento
O sistema PurePrep TTR está equipado com dois robôs Scara. O primeiro braço de robô dotado com pinça pneumática pega num tubo de ensaio pela tampa e leva-o para uma posição onde a tampa é retirada. Assim que o tubo de ensaio é aberto, o segundo braço de robô transporta o líquido com a cabeça de pipetagem DHOE desde o tubo de ensaio para a placa de microtitulação. "O sistema de pipetas pode determinar com precisão o nível de líquido num tubo de ensaio com o ajuste da pressão e do vácuo preciso do PGVA", explica Bastiaan Ebbelaar, especialista em aplicações da MolGen. Ebbelaar considera pessoalmente que a deteção de nível é a função mais fascinante de todas. Paralelamente ao manuseamento de líquidos, o primeiro braço do robô fecha o tubo de ensaio aberto e devolve-o ao bastidor. Em seguida, passa para o tubo de ensaio seguinte.
MolGen é um fornecedor global de soluções completas para a tecnologia ADN/RNA com hardware, reagentes, consumíveis, software e serviços para o diagnóstico humano e animal, a agricultura e o setor biotecnológico. As soluções de automação da empresa são desenvolvidas a partir das necessidades específicas dos clientes e têm sempre em conta os últimos avanços da tecnologia em ciências biológicas.